24.11.09

Liberdade

Os existencialistas que seguem a linha Sartriana( existencialistas ateus)  possuem uma máxima filosófica onde a base dela é que a " existência precede a essência". Pode parecer uma frase simples mas não é. Quando se afirma tal coisa está se afirmando a não existência de essências, de coisas previamente definidas. O conhecido destino! Para os existencialistas nós somos responsáveis pelos caminhos que a vida toma, por nossas escolhas. Temos total liberdade para fazer o que quiser sem que esta liberdade tire a liberdade do outro. Nossa liberdade também tem uma conotação de responsabilidade, pois quem exerce a liberdade de fato jamais tiraria a liberdade do outro. Ou seja, exatamente tudo que um relacionamento amoroso da pós modernidade não tem. Primeiro, se para os existencialistas somos capazes de criar nosso próprio caminho, nosso próprio projeto de vida. Não existe a possibilidade de almas gêmeas, destino, carma, má sorte. Você, só você pode definir os caminhos que a sua vida vai tomar.
Podemos traçar várias relações sobre este pensamento filosófico e um relacionamento amoroso, mas, o que realmente me leva a pensar nos existencialistas e da profundidade de suas idéias ( sim sou existencialista rs) é na questão da liberdade.
Vivemos em um mundo onde não existe liberdade, não existe liberdade nas escolhas. Parece que temos liberdade, uma falsa impressão que podemos escolher o que queremos da vida, mas tal escolha já é limitada. A dificuldade de exercer a liberdade é camuflada quase a nossa vida inteira. Sempre diremos que escolhemos aquele emprego que nos faz trabalhar 12 horas por dia pq amamos aquele lugar( apesar de todo dia não querer ir) ou vamos dizer que somos a terceira geração de advogados da família por que está no sangue ( mas você adora cozinhar). Mas,  se tem um momento que não conseguimos disfarçar a ausência da liberdade está nos relacionamentos. Os relacionamentos já fogem do processo de liberdade quando não escolhemos a pessoa que está fora do esteriótipo permitido para namorar ou ficar. Afinal de contas quem é que decide os conceitos de belo numa sociedade capitalista? sou eu ou uma indústria ? A segunda questão está no fato de que confundimos constantemente relacionamentos com dominação .
Quem nunca se assustou quando alguém fala " o meu homem" a " minha mulher"? você passa a ser derrepente uma propriedade! Muitas vezes agente não sabe se a pessoa efetivamente gosta ou se está junto apenas para "ter". Mas o cumulo da falta de liberdade está no processo do relacionamento em si. Comecem a observar. Quantos amigos e amigas abriram mão de seus sonhos para satisfazer os outros, ou deixaram de frequentar, comer, falar com pessoas que adoravam pq encomoda o outro. Onde está a liberdade? Muitos vão dizer neste momento, " para se relacionar é preciso fazer concessão" mas quem foi que disse isso. Será que para estar com alguém você precisa perder seu senso de liberdade? Perder seu ir e vir e abdicar dos seus projetos pessoais? Deixar de ser a pessoa por quem a outra se apaixonou?
Os relacionamentos amorosos reproduzem exatamente o que é a nossa sociedade de consumo e dominação.
consumimos pessoas e precisamos domina-las. não existe a liberdade de verdade. Mas isso não é uma verdade absoluta! é necessário rever a nossa relação com o outro.  E mais importante, será que efetivamente   precisamos do outro? Será que não é no estar só muitas vezes que descobrimos quem somos e descobrimos a nossa liberdade? Será que possuímos realmente a liberdade de sentir?   As vezes,  é bom pensar...

18.11.09

Só para relaxar!

Já criaram vacinas para muitas coisas. A ciência já evoluiu bastante na cura de graves males da humanidade.  Mas, se tem uma vacina que deveria ser inventada é a vacina contra o homem cafageste. Não poderia se tratar de  qualquer vacina não. Teria que ser  uma, que você tomasse uma dose na infância ( para imperdir aqueles surtos que temos na infância, onde nos apaixonamos pelo coleguinha e pagamos altos micos no jardim de infância) e outra no ensino médio. Do mesmo jeito que nós mulheres temos que tomar a contra rubeula, deveria existir  essa contra cafageste para ser tomara logo depois. Pode parecer bobagem, mas se apaixonar por um cafageste é pior que pegar rubeula, caxumba e catapora tudo junto! Você fica mal, se humilha, perde o gosto para  viver. Aí,  tem sempre um que fala " você se apaixonou por que quis". Mentira! o perigo do cafa é esse ele te ilude, ele te conquista, te liga, te sonda, fica semanas correndo atrás e quando ele vê que você se apaixonou .... ele some. É meninas, se existissem vacinas contra cafa e a cura do Dedo Podre a nossa vida ia ser tudo de bom... e só encontraríamos Darcys no mundo... o mundo perfeito... Mas aí cairia um meteoro na terra e acabava com tudo haha! 

15.11.09

Foras!

           A idéia de relacionamento é vendida para gente desde a infância como uma necessidade humana de buscar a unicidade. Como se o relacionamento com alguém, pudesse completar a gente. Essa idéia passa pelo pressuposto de que não somos completos, temos uma  necessidade teórica de que precisamos de outra pessoa para preencher lacuna, e assim alcançar a felicidade.  Mas se somos independente emocionalmente e intelectualmente, precisamos efetivamente nos completar? Será que este tipo de mulher já não está completa? Quando conhecemos um cara, ele olha para gente com este ar, vamos nos completar ( literalmente e filosoficamente rs) e neste momento, começam os problemas...Quando o cara percebe que você não tem a extrema necessidade de ser completada, ao contrário, relacionamento para mulher independente é acrescimo, os caras percebem a dificuldade que vai ser manter esse relacionamento. É neste momento, que vem o terrrível e corriqueiro (algumas  tem sempre haha) Fora!
É isso mesmo, como as mulheres independentes não tem a necessidade de serem completadas porque já possuem uma consciência de si, elas acabam assustando. Seria muito bom se os caras pensassem " oba, vou construi algo!" mas não, infelizmente isso não ocorre na prática.  Eles vão,  sair fora com alguma desculpa e três meses depois vão aparecer com namoradas que são "gentis" " doces" " boas" e "calmas" ( mulheres independentes emocionalmente e intelectualmente não podem ser calma, pois são intensas ao nível de seus sentimento e pensamentos. Além disso, aqueles que tem consciência real do mundo sofrem de uma inquietação contínua) Mas um aviso, o número destas mulheres ditas " perfeitas para namorar" esta diminuindo . Ou as pessoas entendem,  que a natureza dos relacionamentos não é completar nem dominar e sim acrescentar, ou, a gente terá um mundo com cada vez mais gente se escondendo da vida e deixando de entender a humanidade.

14.11.09

Mais uma análise !

Existe um momento da vida de uma garota que é muito estranho. Para algumas, é só uma fase, para outras pode ser a vida inteira. Não estamos falando das garotas ditas feias, chatas ou superficiais. estamos falando daquelas que são exatamente o oposto desses adjetivos.  São aquelas garotas ditas legais, descoladas, bonitas, vaidosas e inteligentes. Boa parte delas se tornam as grandes amigas, as racionais , as equilibradas e as sozinhas. Essas garotas normalmente são vistas como a segurança em forma de gente. Só que o que as pessoas não sabem, é que toda essa segurança, esse equilíbrio é pura fachada. É uma forma de não demonstrar o quanto a vida dá medo, e principalmente, o grande medo da rejeição.
É puramente extinto de defesa, uma defesa contra a possibilidade de mais um rejeição, mas uma tristeza. Você pode observar que tem uma amiga assim. ela é justamente aquela que vai te ouvir e te dar um conselho sensato quando vc levar um bolo, ela é aquela que vai te acalmar nos momentos difícieis. Ela será aquela que sempre você poderá contar independente da situação. Mas ao mesmo tempo que ela vai ser o ponto de equilíbrio do grupo de amigos ela também  será, a incognita para estes.
 Esse momento que eu falo e que para algumas pode durar toda uma vida, tem haver com esta pseudo racionalidade e segurança. Justamente por ela passar essa informação para o mundo,  ela sempre está sozinha. É engraçado e triste pq é justamente o excesso de liberdade, o excesso de independencia, o excesso de uma racionalidade que as faz ficar sozinha e pior. Muitas vezes elas são eternas segundas opções. Esse tipo de garota sempre vai ouvir de algum cara " não estou preparado para uma relação" ou ela sempre será colocada no grau de amizade colorida, ou pior,  será a busca dos caras que já possuem relacionamento. No início, ela até acredita nestes discursos e atitudes, mas com o tempo ela percebe que tais atitudes só rolam com ela e rolam pq elas não servem num mundo que ainda é maxista para relações.  E com o tempo, elas vão se fechando e desacreditando nos  relacionamentos.
Eu estou escrevendo sobre estes assunto hoje,  pq justamente nessa semana foi o discurso que eu mais ouvi das garotas e fiquei observando da onde eles vinham. Não eram de meninas chatas, não eram de garotas pegajosas ao contrário. Mulheres absolutamente bem resolvidas.  Independencia e racionalidade não é sinônimo de frieza e também não é sinônimo de descartável, ao contrário. As pessoas precisam entender o que é independencia para controlar os estragos feitos no caminho.

12.11.09

O segundo sexo

        Existe um livro muito pouco difundido nos tempos ditos contemporâneos e avançados chamado " o segundo sexo". Esse Livro faz uma análise filosófica e histórica da situação da mulher. A gente passa boa parte do tempo da escola acreditando que foi o movimento feminista que libertou as mulheres do sistema de dominação e opressão. Mas, sempre achei essa história meio estranha. Por que para mim , com aquela visão sonhadora , quase revolucionária, mulheres independentes não fazem tripla jornada. Elas não se desesperam porque não tem um relacionamento e não precisam de ninguém ao lado delas. Elas teriam um emocional forte por que alcançaram a sua independência em todos os aspectos. Sempre achei essa pseudo independência um tanto confusa. E um dia, estudando filosofia comecei a pensar. Será que realmente a saída da mulher de casa para os postos de trabalho foi uma conquista dos movimentos feministas ou uma necessidade do sistema capitalista por mais mão de obra nas linhas de produção? Estamos falando de algo profundamente complicado. Pois, como assim, questionar os movimentos feministas? Não, não estou questionando a legitimidade dos movimentos feministas muito pelo contrário. As mulheres que apareceram nestes movimentos possuíam a independência financeira e emocional. Mas, estranhamente as suas lutas só conseguiram conquistar a independência financeira. Será que o sistema permitiu que nós conquistássemos esta liberdade financeira para que sem perceber, perdêssemos o foco principal, que era o de lutar por uma liberdade intelectual e emocional? E se aprofundarmos tal pensamento,veremos que isso é feito com os dois sexos, tanto homens e mulheres são valorizados socialmente pela suas contas bancárias, e não por suas capacidades intelectuais.

Quando brincamos e falamos dos " desastres amorosos" estamos falando de um estágio que ainda não foi superado. Não conquistamos a independência plena e talvez nem tenhamos conquistado alguma independência. Isso nada mas foi que uma grande jogada.

Eu aconselho sinceramente a leitura deste livro, pois ele tem a capacidade de nos dar uma visão diferente sobre o processo de dominação da mulher e consequentemente todo a subjetividade humana do ponto de vista existencial.

Como sei da dificuldade para encontrar estes livros estou disponibilizando o link para baixar os dois volumes na integra :

link no mídia independente para o volume 1: Fatos e Mitos

link no mídia independente para o volume 2: a experiência vivida

ou http://feminista.wordpress.com/2008/01/20/o-segundo-sexo/

10.11.09

nós também somos cultura rs


500 dias com ela”, ou também: Nossa vida amorosa diante dos nossos olhos.

(Com spoilers!)

No (infernal) domingo a tarde resolvi “alugar um ar-condicionado” (é uma expressão criada pra dizer: “está muito quente e vou aproveitar pra passar um tempo dentro do cinema”) e acabei assistindo ao filme “500 dias com ela”... Queria muito assistir a esse filme, já tinha lido resenhas positivas sobre ele, e sempre achei o Joseph Gordon-Levitt(“3rd rock from the sun”) uma gracinha tb. Entretanto, faço um aviso especial pra quem se interessou pro esse filme e que está considerando assistir só porque é um romance: ele é tenso, prepare-se... Pra começar, recebemos o seguinte aviso no início (estava em inglês, sem legenda, mas aqui dou de presente a tradução): "O filme a seguir é uma história de ficção. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência. Especialmente você Jenny Beckman. Vaca" (mais ressentido, impossível). O filme tem uma dinâmica meio Lost de contar a história: tudo fora de ordem cronológica, mas pode ficar tranquilo, porque rola a contagem dos tais 500 dias.

Gordon-Levitt é Tom, um arquiteto que acabou encontrando emprego numa empresa de cartões comemorativos. Existe, pelo menos no filme, uma equipe pra pensar as frases que achamos tão legais, e Tom é uma dessas figuras. Leva uma vidinha muito mais ou menos até conhecer a nova colega de trabalho, assessora de seu chefe, Summer (daí o trocadilho do título). Fica perdidamente apaixonado por ela. Faz doce pra mostrar seus sentimentos, enquanto percebe que a moça curte praticamente tudo o que ele curte também. Com a exceção de UMA coisa: nada de compromisso sério. Motivo: basicamente evitar decepções - "Todo mundo se separa...", ela diz (aaaaaahhhh... acho que essa parte você já ouviu antes, não é?). Ele não se importa, ele tá amaaaaaandoooooo... Até que chega o dia que rola o esperado beijo entre eles, e o envolvimento é inevitável.

Se identificou com Tom, né? Eu também...

É aí que entra a tensão maior. Durante o filme você consegue ver com clareza as mais diversas situações que você já passou (ou está passando) na sua vida: seja quando você finalmente consegue transar com a pessoa desejada e fica tão feliz, tão feliz a ponto de (querer) sair dançando e cantando na rua, vendo passarinho e tudo; quando você tem tem noites e momentos muito fofos com o amado, quando a sintonia parece estar perfeita... Tem o momento do ciúme e de sua exteriorização. Tem o momento do questionamento do “tipo da relação”... Sim, tem tudo isso. E você espera que pelo menos o Tom tenha um final feliz, coisa que você não teve. Mas isso não acontece: ela começa a perder o interesse, começa a não aparecer, a não ligar, a não mandar e-mails... Ela inclusive deixa de trabalhar no mesmo lugar que o dele, largando o moço desolado... Até desaparecer. E o moço sooooooooofre...

Ao assistir ao filme, fui sentindo um embrulho na barriga, um desconforto... Só quem passou por aqueles momentos (acredite, piora muito pro lado do Tom, e eu consegui encontrar mais situações semelhantes!) sabe exatamente o que o coitado está sentindo. Rola um flashback paralelo na minha cabeça, que se transforma em vontade de chorar... Mesmo tendo um final leve, o meu desconforto continua. E aí você olha pro lado e pensa: “será que estou fazendo novamente?” Saí do cinema me sentindo muito mal, de verdade. Só quem passou pelo o que Tom passou sabe do que estou falando: a paixão, a expectativa, e a decepção que só um peguete especial pode causar. Por outro lado, é sempre interessante assistir em 3ª pessoa uma história parecida com a sua. Dizem que ajuda analisar, e evitar novos erros. Se você assistir esse filme com esse pensamento, beleza. Mas não recomendo aos esperançosos de plantão. O filme não tem pena do coitado do Tom, assim como a vida não tem pena da gente. Contudo, o filme é bom. Provavelmente posso usar pra me traumatizar o suficiente e evitar que situações semelhantes aconteçam (de novo). Por falar nisso, se esse filme estivesse passando há alguns anos atrás, eu adoraria (e aceitaria) o conselho! Ótimo para amigas que não se tocam de que o cara não quer nada com ela!! Será que dessa vez elas aprendem??

500 Dias com Ela
(500) Days of Summer
 (EUA
2009 - 95 min)

Romance
Direção: Marc Webb
Roteiro: Scott Neustadter, Michael H. Weber
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Geoffrey Arend, Matthew Gray Gubler

DEBORA ROCHA ( CONSELHO EDITORIAL)

9.11.09

Uma pequena observação sobre uma realidade estranha

Em Pleno século XXI agente ainda admite que pessoas que resolvam utilizar a tão dita liberdade sejam punidas por isso. Fiquei sabendo ontem a noite que a aquela estudante que estava utilizando um vestido da moda e que foi humilhada numa universidade foi expulsa. Para quem não sabe, as universidades foram criadas para fazer com o que o conhecimento que estava encastelado nos mosteiros europeus pudessem ser de acesso a todos. As universidades deveriam ser lugares de produção de conhecimento. Mas o que esperar de um país que coloca na LDB o aluno como "clientela" e de um mundo que trata o processo educacional como mercadoria. Essas situações ocorrem muito mais do que a gente imagina. Elas estão cada vez mais fortes nos meios universitários, estes, que deveriam ser lugares de liberdade não de repressão. O que me assusta é que quem expulsa aquele que é perseguido, é considerado como "cidadão". Estas pessoas devem perseguir também homossexuais, perseguir aqueles que ousam questionar, perseguir aqueles que pensam. No fundo a perseguição não tem nada haver com vestido. Tem haver com uma sociedade que não admite o diferente. E o mais vergonhosos é a instituição que deveria propagar conhecimentos éticos (ela diz que seu comportamento é ético, mas nada mais é do que moral religiosa, ética é ser justo, desde quando punir o perseguido é algo ético, a assessoria jurídica deveria ler um pouco de filosofia).

A impressão que eu tive, é que se tratou de uma punição a todas as mulheres que ousarem em nome de uma dita moral falar, pensar, agir. E aquelas mulheres que acham normal tal perseguição talvez ainda vivam num mundo onde “Amélia era mulher de verdade”.

A cada dia estamos num processo maior de retrocesso nas conquistas de nossas liberdades individuais e coletivas. Com um estado que permite e incentiva a perseguição e a tortura mental. Esse caso é apenas um, dos muito que tantas pessoas sofrem por ousar utilizar a liberdade.

O que se viu, foi um típico caso onde uma massa alienada sem capacidade reflexiva comete barbáries. A mesma massa alienada que permitiu atrocidades na ditadura militar, que permitiu extermínio em massa no holocausto. Se, continuarmos com esse processo educacional retrógrado onde o aluno não é estimulado a pensar e sim só repetir atitudes e frases feitas continuará cometendo barbáries achando que matar, perseguir, humilhar é normal. É assustador o retrocesso humano no campo das idéias. O mundo pós segunda guerra mundial, que tinha como pressuposto a liberdade com seres como Adorno, Horkheimer, Sartre, Deleuze e tantos outros parece estar acabando. Estamos num processo de retrocesso civilizatório, pois se o ser humano está desaprendendo a pensar e questionar ele está deixando de ser.

8.11.09

Refletindo por aí!

Hoje eu entendo perfeitamente do porque de Jean Paul Sartre ter escrito boa parte de seus textos em cafés Parisienses. É incrível como se pode observar o comportamento humano nestes lugares. Independente do tempo histórico,  quando se senta em um bar é como observar várias realidades distintas. É só você sentar e  observar. Sem julgar, só ficar ali observando  e vendo a quantidade de situações que ocorrem.
É nessa observação, que a gente começa a sentir falta de uma figura, o boêmio. Onde estão aquelas figuras boêmias, que não se preocupam com o que os outros pensam, falam. Que corriam atrás a noite inteira daquela mulher . Ele não corria para usar, para saciar um desejo ao contrário,   um boêmio de verdade não corre atrás de uma mulher por ego mas por amor! Pode parecer meio louco, mas ele podia ficar um dia com aquela mulher, mas aquele um dia seria de plena paixão! Não existem mais os caras audaciosos que não tem medo de tomar o conhecido “ toco”. Ao contrário, eles ficam tão preocupados com o possível fora que nem tentam a conquista. Não existem os casais se conhecendo num primeiro encontro. Com aquele ar de ansiedade e pudor... E no meio destas  reflexões, onde a minha análise estava ficando puramente negativa sobre o comportamento humano, a falta de coragem, a falta de amor, a falta de figuras vivendo em pura paixão. Tendo a noite se resumindo a  uma mesa de meninas e outra mesa de meninos, onde ninguém olha para o lado ....tudo aquilo ocorrendo com  aquele típico ar desolado, um tanto pela bebida ( bastante) e por estas conclusões ( uma pessoa normal estaria flertando não fazendo análises sobre os outros rs)apareceu algo diferente!
Lá estava eu, sentada com algumas pessoas  quando vejo um rapaz pedindo água ( isso me chamou atenção, porque água em Bar significa duas coisas: É psicopata tomando remédio controlado ou  está muito nervoso) O rapaz  olhava para um lado , olhava para o outro. Era nítido que ele não pertencia aquela fauna, estava completamente constrangido de estar ali sozinho. E no meio de todo aquele  constrangimento, eis que...  aparece uma menina! Gente eu quase surtei! Era todo o comportamento típico do primeiro encontro tradicional, destes que a gente só vê em  filme. No inicio eles só conversavam, com aqueles papos muito interessantes .. .( uma vez eu tive um encontro assim, o cara só falava de star wars rs), onde não há nenhum conforto na fala e sim um medo enorme de desagradar. Depois de uma meia hora e muita água ( o cara  só pedia água!)  ele levanta e vai ao banheiro, (com tanta água) e aí aconteceu algo típico de encontro.  Quando ele volta,  ao invés de sentar a frente dela (onde estava sentado) ele  senta ao lado dela e aí ...bum! O beijo! Cara que vontade na hora de levantar e bater palmas ! A tanto tempo que a gente não vê isso! Alguém que seguiu todo o protocolo do primeiro encontro! Conversa, vai ao banheiro, troca de lugar e beija! E continuaram até o final da noite assim! Acho que ainda há esperança no fim do túnel rs lá no fim , bem no finzinho de que ainda existam pessoas que praticam isso. É claro que eu não procurei saber a personalidade da menina, até porque isso provavelmente iria me frustrar  haha. Fiquei lá com aquele ar juvenil... que durou cinco minutos porque aí as amigas e os amigos começaram a contar seus últimos desastres amorosos e não há magia que dure a tanta história cabulosa!

6.11.09

Pesquisa de campo

Dois dias de pesquisa de campo ! Aguardem novidades! rsrs

5.11.09

paixões

Engraçado, sempre na história, nos momentos que mais existiam conflitos diretos com a possibilidade real  do fim da existência humana, as pessoas se permitiam viver. É incrível, mas  as grandes produções intelectuais e as mais bonitas histórias de amor acontecem sempre em momentos tensos. Deve ser o medo imediato da extinção ou da morte. Mas quando vivemos num mundo permeado de ilusões, onde não temos a consciência efetiva da realidade, e achamos que está tudo bem nós não vivemos. Que loucura! Só vivemos quando estamos com a possibilidade de deixar de existir! Aí amamos, aí lutamos, aí seguimos os nossos sonhos. Mas quando temos uma pseudo calmaria, sentamos em um  lugar e esperamos a vida passar. Não seria nesse momento que agente deveria viver? O ser humano é estranho, muito estranho...
  Já observaram, que os grandes romances, as grandes histórias de amor  o mundo está efetivamente em caos total? Com  guerras, doenças, revoluções ( essas particularmente eu gosto mais ainda mais se o objeto amado for um belo guerrilheiro haha). Mas, é justamente em um momento como este, que estamos em um  caos total mas,  não temos sequer a consciência do caos que  acontece um isolamento. Ninguém se apaixona, ninguém corre atrás do objeto amado, ninguém surta de amor. Ficam lá naquela vidinha mais ou menos ...não choram, não lutam, nada. Uma vida sem paixão não é vida. Tudo na vida tem que ter paixão . E para amar alguém, é necessário antes de tudo ter paixão pelo ser humano! Mas somos constantemente incentivados a odiar o outro, ter medo do outro. Em um mundo padronizado onde até o sentir é  comedido, como podemos ser felizes se não permitimos a nós mesmos a possibilidade da paixão? Ao contrário, rotulamos e segregamos aqueles que ousam perder o controle racional da vida...Não a nada melhor na vida do que sofrer e ser feliz! nos faz sentir vivos! A existência é uma só. E  esta mais que provado que o ser humano não pode ser feliz com esta vida completamente Apolínea ... ou seja um pouco de furor dionisíaco de vez em quando faz bem...!

3.11.09

Apenas uma pausa

Eu estava pensando no que escrever hoje no blog, quando me  deparei com a notícia da morte de Levy Strauss... e fiquei pensando, não temos mais Sartre, Simone, Adorno,Camus e tantos outros...não temos mais aqueles que questionam a superficialidade da vida.  Aqueles que questionam o destino do  mundo,  o belo ou simplesmente o que será de uma sociedade impregnada por tanta artificialidade.
Quando questionamos  os homens, as relações amorosas, no fundo estamos questionando essa vida superficial onde o consumismo  chegou a nível máximo, que é o consumo de seres humanos.Onde a falta de liberdade chegou ao ápice, não permitindo mais que pessoas que pensam diferente sejam aceitas.
Vivemos em um mundo tão padronizado, que aqueles que possuem um pensar diferente são excluídos socialmente. Quando falamos das questões referentes as mulheres independentes principalmente intelectualmente,  não é uma forma de agressão aos homens, mas sim, uma forma de dizer que essa independência é crucial para o pensamento humano. E a muito tempo,  não se vê tamanha castração a liberdade do outro. Não sei se hoje em dia   Hannah Arendt , simone de Beauvoir ou Rosa luxemburgo conseguiriam o nível de reconhecimento que tiveram em sua época. Não por falta de talento, pois suas questões ou melhor,  suas críticas foram  mais que necessárias para a construção de uma sociedade e de um ser humano. Mas tenho dúvidas, se com o nível de padronização do pensamento humano e superficialidade ( não se permite conhecer o outro mais por puro medo, inclusive medo de viver) alguém daria o mesmo valor ao pensamento destas mulheres, ou as taxaria simplesmente como independentes, emocionais, "perdidas" ( ouvi isso essa semana) . 
 Quando alguém desse naipe humano morre, percebemos que os questionamentos não se resumem a homem e mulher mas com o humano, com uma sociedade que está cada dia mais parecida com a Metrópolis de Fritz Lang ( 1927). O ser humano vive com tanto medo que não se permite conhecer o outro, só que sua identidade como ser humano, está exatamente nesta relação com o outro. 

1.11.09

Reflexões de uma noite!

É incrível a capacidade que os homens tem de queimar seus filmes! Parece que os homens não estão sabendo lidar com a independência feminina! Para a noite observa, sabe o momento da  conquista. O homem levanta da mesa, vai para a outra mesa, fala com a garota começa um papo e rola algo...isso não existe mais. Eu estava num bar outro dia e fiquei observando. Nenhum homem levantou para falar com uma mesa cheia de menina solteiras, eles ficaram lá em suas posições confortáveis! Não é pq temos independência que isso significa que não podemos ser conquistadas , ou que o homem não possa chegar no gênero feminino. Eles nem tentaram e olha que elas olharam! Não existem mais as inciativas, eles esperam que elas cheguem, que elas liguem , que elas implorem atenção! É comico, mas cada dia mais se vê mulheres reclamando da falta de atitude masculina. Além do romantismo e  da conquista terem acabado, a boa educação também. O cara sai com você e no outro dia não dá sequer um telefonema. Passa uma semana e nada!  e Alguns meses depois ele liga para a garota como se nada tivesse acontecido...os homens estão achando que as mulheres independentes não merecem o mínimo valor. É isso que assusta. Possuimos independencia emocional, financeira...mas isso não significa que esse tipo de mulher possa ser tratada como uma qualquer! Muito pelo contrário! A Reclamação é sempre a mesma " ele sumiu" " ele não ligou" "ele não quer compromisso" ( mas uma semana depois está namorando uma mulher completamente dependente emocional, eles tem é medo da independência)
E sabe o que é mais engraçado, é quando você ouve um amigo fazer o seguinte comentário:  " fulaninha é tão bonita e namora um cara tão sem graça.." é meu caro..isso tem resposta! É que na verdade,  os caras ditos " sem graça" talvez tenham coragem e não tenham medo de mulher independente! Enquanto o bonitão tá lá sentado na mesa esperando a moça bonita chegar, o comum já levantou, já conversou, já pegou e principalmente ligou depois!
O que os homens não sabem é que quando eles fazem isso acabou qualquer possibilidade de alguma coisa com aquela mulher rsrs!
O grande problema mesmo é que eles ainda não sabem lidar com essa tal independência.... e enquanto alguns aprendem os nerds estão tomando a área!!