27.2.10

Pensamentos soltos de um sábado a noite

  Em minhas buscas pela internet em pleno sábado a noite ( risos) sem chuva ..com aquela famosa desculpa. " Não tem nenhum lugar para ir " " estou sem dinheiro " ou " daqui a pouco eu saio " achei um site muito interessante com um extenso material de Simone Beauvoir . Achei interessante divulga-lo pq sempre falamos dela e Sartre como exemplo de relacionamento independente e libertário.  E também,  por este blog se propor desde o início a não ser  apenas um local com algumas  discussões superficiais sobre relacionamento . Este espaço se propõe a falar sim do feminismo, e  tem como objetivo inicial  promover uma discussão  sobre filosofia e os relacionamentos. Com isso, é profundamente importante que as pessoas tenham noção das obras destas mulheres que são exemplos, em um momento da humanidade tão pobre em pensamento. Acredito que mais. Em um momento que a sociedade está completamente mergulhada no senso comum...com um agravo...sem consciência efetiva da falta de aprofundamento. Onde discutimos todos os dias sobre opiniões alheias trazidas por um excesso de informação cruel, que não nos permite uma reflexão. Sabemos de tudo e ao mesmo tempo não sabemos de nada. Repetimos idéias passadas por outros como se fossem verdades absolutas, com a falta de compromisso tipicamente sofística. É neste momento, que se torna necessário conhecer as idéias  que mudaram a forma do pensamento humano. Onde é necessário parar de repetir teorias e começar a repensa-las neste novo cenário social.
Em um momento onde o grande entretenimento humano se torna a observação do outro, onde a TV tem o poder de julgar e punir pessoas se nenhum aprofundamento. Se torna mais que necessário que o ser humano desperte suas capacidades reflexivas, pois não há nada mais triste do que não ter consciência da sua dominação e da falta de liberdade... ainda bem que Adorno não viveu para ver o ser humano nesse nível de dominação...

24.2.10

Os homens preferem as burras

Eu não sei se é uma questão cultural se é o medo do diferente, mas é  incrível como boa parte dos  homens temem e pior não respeitam mulheres realmente  independentes. É como se existisse um código moral masculino onde diz : "Mulheres independentes só servem para saídas, para namorar só as mulheres sérias" ( que conceito de séria deve ser este...). No início, quando eu ouvia estas histórias eu achava que era infeliz coincidência , mas as histórias era sempre iguais. Caras que saiam  séculos com uma garota e derrepente apareciam namorando outras. E as meninas das ficadas tinham uma característica, elas  eram intelectualizadas, independentes emocionalmente  e acreditavam na liberdade. Mas mesmo assim no fundo eu achava que era apenas coincidência, mas eram tantas histórias! Como eu vi garotas mudarem seu jeito de agir para conseguir ficar com alguém... ( o que eu acho complicado pq você abre mão da sua essência para se adequar ao outro, se torna comum) Até que um dia, em casa me deparo com o novo seriado da Sony feito especialmente para a américa latina " Os homens preferem as burras"...seriado baseado no perfil do homem latino americano... e tinha uma frase.... " não gosto de mulheres assim como você...tão inteligente que parece homem ..." aí eu fiquei pensando:
 Como é que um  grupo social como os latinos americanos, que passaram praticamente toda a sua existência histórica sendo dominado , que sabe o que é a desigualdade pode promover isso nos relacionamentos? Como é que agente pode pensar em socialismo, em comunismo se na sua vida pessoal não existe a repercussão do seu pensamento ideológico? Todos os dias agente se depara com isso. Como se a gente ainda vivesse na era pré socrática onde a mulher não tinha valor nenhum...o que adianta ter a independência objetiva , material se a mais importante que é a independência subjetiva, a necessidade da liberdade, a independência emocional ainda é um tabu? É como se as mulheres tivessem recebido uma " permissão " para ter uma boa carreira , para ganhar dinheiro e ter a tão sonhada independência financeira mas que elas não ousem achar que tem liberdade intrínseca  pq é praticamente inaceitável. Não se elas quiserem ter um relacionamento...

20.2.10

tête-à-tête

Se existe um casal que para mim é um exemplo de relacionamento nos moldes que agente efetivamente acredita. Onde a liberdade individual não é cerceada e o relacionamento não é baseado em estereótipos machistas, este Casal se chama Simone e Sartre. Somos tão pequenos quando analisamos as relações deles, que nossas análises já são permeadas de pré conceitos. Sempre vemos Simone como um apêndice de Sartre quando na verdade, ela não só tinha total independência filosófica, como foi a sustentação de Sartre. 
Um vez, conversando com uma colega da mesma área eu ouvi a seguinte frase " pena que ela ficou na mão daquele homem.."essa simples frase já tem o preconceito e o moralismo que tanto questionamos. Nós reduzimos os sentimentos e o outro as nossas necessidades pequenas de uma sociedade de consumo. Confundimos amor com posse, companheirismo com castração. confundimos relacionamento com falta de liberdade. Procuramos no outro algo igual pq o diferente da medo. Pois, uma pessoa que pensa diferente balança a nossa postura das certezas absolutas que enfrentamos na vida, tira o nosso conforto e ao invés de aprendermos com estas sensações fugimos...para algo calmo. Mas o que vale a calma no pensamento humano? Já imaginou dois mil anos de calma? O que move o homem, o pensamento humano, são as paixões, o novo , o inesperado.  
Não existiria um pensamento existencialista de Sartre sem Simone. Não existiria o homem que foi contra sua nação na guerra da Argélia, tendo seu apartamento incendiado sem Simone. como também não existiria a Simone questionadora do papel da mulher numa sociedade opressora sem Sartre. Mesmo não casados, vivendo de uma forma errante de acordo com alguns moralistas, cada traço de sentimento era demonstrado em detalhes, como o famoso " para Castor" que está em todos os livros de Sartre. Castor era o apelido de Simone...esse é o verdadeiro amor, esse é o verdadeiro relacionamento. Onde a mulher não precisou deixar de ser. Não precisou se transformar numa " boa moça" ou em alguém aceita pela sociedade para viver. Pode parecer bobagem mas quando aceitamos pensamentos que já deveriam estar enterrados, quando proclamamos estereótipos que deveriam ter sido deixados no no meio do século passado, na verdade, estamos limitando a liberdade do outro. O que as pessoas muitas vezes não entendem é que tal liberdade cerceada não é só com o outro no relacionamento amoroso. É na sua relação com o mundo, com estruturas de governo, com a possibilidade do pensamento. Quanto mais aceitamos o comum, mais difícil vai ser promover uma mudança efetiva numa sociedade. A questão é muito maior. Os relacionamentos são apenas " amostras grátis" da nossa relação com o todo.
 É por isso, que eu adoro este casal.  Pq eles demonstram que estamos todos errados quando assumimos o cômodo. Quando pouco a pouco deixamos de fazer o que gostamos, deixamos os amigos, deixamos a carreira...e acabamos por deixar de ser ser humano, pelo menos na sociedade. Pois, na busca pela calmaria nos isolamos e não ousamos....
Aconselho que leiam um livro maravilhoso chamado " tête-à-tête" e aqui embaixo um texto que eu amo que define a relação incrível destes dois:

"Amor libertário é amor incondicional, outrora é amor possessivo.


Simone e Sartre construíram a mais bela lenda filosófica de amor de todos os tempos. Embalados na elevação intelectual, essa relação durou cinqüenta anos, essencialmente definida em termos de liberdade e transparência.
Entre o dualismo Kantiano de verdades necessárias e verdades contingentes, Sartre afirmava que o amor entre eles era um amor necessário, convindo que conhecessem amores contingentes, ao passo que, acredito de fato, somente os tornavam mais unidos em seus emaranhados de eternas conquistas e companheirismo nas superações intelectuais.
Nos apelos da sociedade moderna, seguimos a olhos cerrados um amontoado de preceitos pouco dialéticos, cujos ditos por moral e aceitação social, nos deixando à mercê do esquecimento sobre os verdadeiros valores que nos tocam.
O verdadeiro amor não é moral e sim ético, o mesmo existe em liberdade, com maturidade suficiente para evitar os desgastes que reduzem a existência em possessividade."



17.2.10

Apolínio X Dionísio rs

É  carnaval!! Momento que serve para aproveitar o melhor que a vida pode proporcionar sem as preocupações pseudo moralistas dos outros 359 dias do ano. Época da mais literal desmesura. Nada como uma cidade em completo furor dionisíaco por dias! Como se as bacantes fossem repetições diárias e melhoradas! Efetivamente, é o único momento que podemos ser nos mesmos. E, é justamente no  meio dessa folia louca, onde a alegria que comanda, onde paixões surgem e duram dias com uma intensidade absurda,  onde  você pode se encantar por pessoas inimagináveis...aparece o conceito mais antiquado e inapropriado para um momento como o carnaval...a BOA MOÇA!
Como é que nós podemos ter personalidade forte, viver a vida do jeito que nossos instintos mandam , e ao mesmo tempo exaltar qualidades de boa moça? Em pleno carnaval, você percebe que pseudo qualidades daquela boa moça como: Contida, Controlada, quem não fala...sendo exaltadas de uma forma que faz com que pessoas que optaram por simplesmente viverem se sintam mal, como se o viver sem o estereótipo fosse errado! Nunca considerei que o não usar mascaras, viver as suas vontades pudesse ser errado e sinceramente  não é. Ao contrário, a alegria da vida é poder vive-las . Não conheci nenhuma grande poetiza, escritora, filosofa com características de boa moça , muito pelo contrário. E por mais que eu queira ( mesmo que inconscientemente ) ser uma boa moça, não posso negar que a minha maior graça é não ser . Não há nada melhor que viver as paixões, a vida da forma mais intensa possível. E se o preço a pagar por viver intensamente de acordo com suas vontades e as suas  paixões é ficar sozinha ( pois os homens por mais revolucionários que sejam adoram boas moças) ficaremos sozinhas! Pois se este é o preço a se pagar pela independencia efetiva do pensar e do agir vale a pena pagar este preço.

OBS: Aos poucos as histórias de carnaval vão aparecer por aqui rs

6.2.10

Meninas estava eu olhando a internet quando achei essa reportagem do site Delas do Ig. Tem tudo haver com o nosso blog principalmente com a questão da solidão...e pessoalmente me identifiquei bastante com ela rsrs

A solução não tem muito a nossa cara mas a reportagem tem haver. Para completar nada como aquela musica da lily Aiden 22:


When she was 22 the future looked bright
But she's nearly 30 now and she's out every night
I see that look in her face she's got that look in her eye
She's thinking how did I get here and wondering why
It's sad but it's true how society says
Her life is already over
There's nothing to do and there's nothing to say
Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder
It seems so unlikely in this day and age
She's got an alright job but it's not a career
Wherever she thinks about it, it brings her to tears
Cause all she wants is a boyfriend
She gets one-night stands
She's thinking how did I get here
I'm doing all that I can
It's sad but it's true how society says
Her life is already over
There's nothing to do and there's nothing to say
Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder
It seems so unlikely in this day and age
It's sad but it's true how society says
Her life is already over
There's nothing to do and there's nothing to say
Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder
It seems so unlikely in this day and age
Quando ela tinha 22 anos, seu futuro parecia brilhante
Mas agora já tem quase 30, e está fora toda noite
 Vejo aquela feição em seu rosto e nos olhos, aquele olhar
Ela se pergunta como chegou aqui e quer saber o porquê
É triste mas é verdade o que a sociedade diz
Que sua vida já acabou
Não há nada a fazer e nem nada a dizer
Até que seu Príncipe Encantado aparece e a coloca nos ombros
Parece tão impossível nos dias de hoje
Ela tem um bom emprego, mas não é uma carreira
Sempre que ela pensa nisso, começa a chorar
Tudo que ela quer é um namorado
Mas só consegue noitadas
Ela pensa "como vim parar aqui"
"Estou fazendo tudo que posso"
É triste mas é verdade o que a sociedade diz
Que sua vida já acabou
Não há nada a fazer e nem nada a dizer
Até que seu Príncipe Encantado aparece e a coloca nos ombros
Parece tão impossível nos dias de hoje
É triste mas é verdade o que a sociedade diz
Que sua vida já acabou
Não há nada a fazer e nem nada a dizer
Até que seu Príncipe Encantado aparece e a coloca nos ombros
Parece tão impossível nos dias de hoje...



Quando ela tinha 22 anos, seu futuro parecia brilhante