Em uma sociedade dominada por rivotril e lexotans, numa sociedade onde o egoismo exacerbado toma conta do mundo é impossível não perceber o retrocesso nos direitos conquistados com tanto suor. São muitas barbaridades que eu ouço continuamente...que as cotas são racistas, que o feminismo é ideologia de mulher recalcada ...que as greves prejudicam o povo...me sinto as vezes no início do século XX...quando era um sonho o direito das minorias de falar, se expressar e pensar. Sera que é um surto meu ou de fato a sociedade está andando para trás...será que as pílulas de felicidade alienaram tanto as pessoas que elas não percebem que viraram marionetes na mão do sistema? Lutamos por aquilo que o sistema nos permite lutar e passamos cegos , sem perceber que as verdadeiras lutas estão sendo perdidas a passos largos.
Em uma sociedade que lutou por uma lei como a da " maria da penha" vemos os índices de estupros aumentarem e pasmem , vemos pessoas cada vez mais justificando tais estupros. Vemos a mulher sendo reduzida novamente a um mero objeto sexual ou de exposição pública. A mulher é aceita se ela der a ultima palavra ao outro, pois se ela quiser ser a ultima palavra a sociedade vai se virar contra ela.
A mulher que não se comporta de forma socialmente aceitável " merece" ser estuprada, e aqueles que sustentam tal posição são leitores apaixonados de Nietzsche em sua crítica a moral...a mulher deve acatar as vontades e necessidades do homem , caso não o faça ela deve ser humilhada e ter seus filhos arrancados. Mas sinceramente o que vem mais me assustando e o comportamento das próprias mulheres . Mulheres que não admitem que outras lutem, mulheres que assumem o discurso machista e acreditam piamente que o homem machista tem razão, mulheres que dão força e apoiam o machista para arrancar os filhos das que ousam questionar o sistema.E essas mulheres que criticam o feminismo são as mesma que usufruem das liberdades e os direitos que foram adquiridos após tanta luta...pq se vc trabalha, se vc escolhe seu próprio caminho agradeça ao movimento feminista..
Cada dia mais vejo que as mulheres que de fato lutam, pensam e questionam o sistema são colocadas numa situação de constante humilhação. Quantas vezes me peguei pensando se o caminho era o certo? Se não seria mais fácil colocar um sorriso no rosto, não enfrentar a vida e aceitar o sistema opressor? Mas que felicidade, que tipo de vida pode ter alguém que aceita ser oprimido? que felicidade pode ter alguém que apoia opressores? que tipo de vida leva alguém a deixar de existir como ser humano? Por mais difícil que possa ser uma vida de questionamentos e lutas, nada paga a paz interna que aqueles que oprimem, apoiam opressores jamais vão ter.
Quando culpabilizar uma vítima de estupro, quando apoiar um pai a arrancar os filhos de uma mãe pq ela pensa, quando julgar as mulheres feministas , se vc for mulher pense bem em seus julgamentos. pois o sistema não escolhe a quem atacar...ou melhor escolhe, principalmente aqueles que assumem o discurso do opressor
Os desastres amorosos de Anita e suas amigas
29.4.13
Postagem simples, mas cheia de significados
Hoje minha postagem é simples. A algum tempo falei de como a lei da alienação parental estava sendo utilizada com fins machistas. Onde mulheres ficavam acuadas com medo de perder seus filhos quando os homens se utilizavam dessa lei. Era só a mulher peitar o " macho", reconstruir a vida que o lobo arrancava a mascara de cordeiro e acusava a mulher de ser alienante.
A lei em si não é o problema, ela tem a função de proteger os pais( tanto homens como mulheres) mas está sendo mau utilizada...e muitas mulheres por medo entram nesse retrocesso.
pois bem, enquanto navegava na rede, entre uma leitura e outra me deparei com uma foto, uma foto de uma associação de pais contra a alienação. Precisei baixa-la, e ler de novo...pq fiquei chocada.
O Outdoor era claro, a " lei maria da penha" incentivava a alienação parental...uma lei que recebeu esse nome de uma mulher que é o simbolo da atrocidade humana no âmbito familiar, uma lei que protege tantas mulheres. Uma lei que ainda é muito difícil de se colocada em prática pelo machismo enrustido dentro de cada um de nós...Tirem suas conclusões...só posso dizer que cada vez mais tenho certeza\ que essa lei está sendo usada para amedrontar mulheres...um retrocesso nos movimentos feministas. Espero sinceramente que os juizados de famílias estejam atentos aos lobos com pele de cordeiro.
Só um adendo. Não! a lei maria da penha não incentiva nenhuma alienação. a lei maria da penha salva vidas e futuros de crianças que viviam na convivência de lobos.
A lei em si não é o problema, ela tem a função de proteger os pais( tanto homens como mulheres) mas está sendo mau utilizada...e muitas mulheres por medo entram nesse retrocesso.
pois bem, enquanto navegava na rede, entre uma leitura e outra me deparei com uma foto, uma foto de uma associação de pais contra a alienação. Precisei baixa-la, e ler de novo...pq fiquei chocada.
O Outdoor era claro, a " lei maria da penha" incentivava a alienação parental...uma lei que recebeu esse nome de uma mulher que é o simbolo da atrocidade humana no âmbito familiar, uma lei que protege tantas mulheres. Uma lei que ainda é muito difícil de se colocada em prática pelo machismo enrustido dentro de cada um de nós...Tirem suas conclusões...só posso dizer que cada vez mais tenho certeza\ que essa lei está sendo usada para amedrontar mulheres...um retrocesso nos movimentos feministas. Espero sinceramente que os juizados de famílias estejam atentos aos lobos com pele de cordeiro.
Só um adendo. Não! a lei maria da penha não incentiva nenhuma alienação. a lei maria da penha salva vidas e futuros de crianças que viviam na convivência de lobos.
16.4.13
pq algumas lcoisas nunca mudam....como é difícil ainda ser mulher
Algum tempo atrás , não muito, as leis brasileiras eram a
representação de um estado machista. A mulher não podia se separar pq além dela
sair sem nada da relação, de não existir o divorcio e ser submetida a um
processo de desgraça pública que cairia sobre ela, um outro fator , bem mais forte, impedia a mulher
de ter sua liberdade. Os filhos. A muito pouco tempo, a mulher quando decidia sair de
casa, ela perdia o pátrio poder sobre os filhos. Perdia seus direitos, perdia o
direito a amar os filhos, a cuidar, , o direito e a possibilidade de ser mãe,
pq ela ousou ser mulher.
A mulher era punida pela sociedade de todas as formas por
ser mulher . Era uma punição pelo simples fato da mulher ter escolhas...se ela escolheu
ser mulher ela perde o direito de ficar com seus filhos, como se os filhos
fossem coisas sem sentimentos que podem
ser retirados do convívio da mãe, pq o pai sempre tem razão.
.Pois bem, o mundo mudou, o feminismo alcançou várias
vitórias, o divórcio virou lei, a mulher
pode fazer as suas escolhas...mas no quesito guarda dos filhos, ainda
temos muito o que avançar. É incrível como o machismo velado se apresenta de
forma voraz quando se depara com uma mulher que ousou a fazer escolhas. Quando
vc ousa falar, escolher, decidir o rumo de sua própria vida tendo filhos, a
punição social não mudou...imediatamente alguém que foi preterido, questionado,
afrontado( de acordo com as suas percepções) vai ameaçar essa mulher com a
coisa mais importante que ela tem na vida, os filhos. Continuamos colocando as
crianças com status de coisas que podem ser usadas de acordo com vontades de
terceiros. A mulher que faz escolha, que não se submete aos caprichos machistas
continua sendo constantemente ameaçada de perder os seus filhos. É como se
aquela pequena ( ainda bem ) parcela da sociedade que permanece machistas (
homens e mulheres ) falasse : “ se vc quer viver, se vc quer ser dona de si,
perderá seus filhos”...é claro que hoje em dia se trata mais de uma ameaça do
que de fatos, pois a justiça , em sua maioria, não é mais permeada de seres
machistas. Mas, o fato de ainda existir tal ameaça nos demonstra que o machismo
está aí....e que os filhos ainda são usados para a briga constante de homens e
mulheres.
Na tentativa desesperada de manter o poder, de manter os
direitos de macho, o machista que não se assume machista, ataca a mulher que o
afronta. E o afrontamento é o simples fato dessa mulher viver. Pois não há maior
ofensa a um homem machista do que o fato da mãe dos seus filhos não mais viver em função dele, e sim em função
de si e dos seus. Você é punida pq o centro do seu universo não inclui mais
ele.
Uma vez ouvi uma frase que atacou todas as minha células
feministas ( que não são poucas): “ minha vida continua, a sua partir daqui
acabou”
Não gente, o fato da mulher se tornar mãe, não faz com que a
vida dela acabe, é mais um capítulo dessa vivência, onde vai se ensinar aos
seus a arte do respeito humano. O fato de não ter dado certo uma relação não
proibi a mulher de viver outra, de ser feliz, de se reconstruir diariamente.
O machismo nos tempos modernos não é escancarado, vem
escondido num discurso de politicamente correto, num discurso de vitimização. O
machismo contemporâneo coloca a mulher como “perversa”, “má”, “louca” “
alienante”. Porque ousou ser mulher.
Quantos de nós, sem perceber, demos força a esses discursos
machistas que vem carregado de máximas de senso comum como “ela quer colocar
outro homem no meu lugar!”( a mulher tem todo o direito de reconstruir a sua
vida após uma separação ou um abandono, até onde eu sei ser feliz ainda não é crime)
“ ela quer tirar meu direito de pai” (
muitas vezes estes foram completamente ausentes nesse direito e resolvem ser
pais quando aparece um outro relação a vida da mulher). “quem é ela para dizer
que eu não posso entrar na casa dela” ( a dona da casa, incrível, mas temos o
direito de escolher quem entra ou sai de nossas casas)...” eu ameacei ela pq
ela me fez perder a cabeça!”( já ouviu falar em lexotan, tratamento
psiquiátrico querido?) “ eu bati nela para ela me respeitar ! “( esse tipo de
respeito dispenso)Essas são algumas das frases clássicas.
Não podemos esquecer também, que o machismo não é cheio apenas de homens
machistas, mas também de mulheres machistas. Aquelas, que tomam a ex como uma
inimiga mortal ( pq esquecem que são mulheres, e que ele está difamando uma mulher)
que compram suas brigas pq aquela mulher é má ( de acordo com a ótica
dele)...quando uma mulher compra a briga masculina ela pode não assumir, mas
ela também é machista.
A única solução para enfrentar esse novo machismo enrustido,
que continua tentando controlar as mulheres pela ameaça de perder o s filhos é
enfrentar. Enfrentar o machismo. Não ter medo. O medo paralisa o ser humano e
permiti que o machismo continue forte, atuando de formas diferentes.
Analise.... será mesmo que todas as mulheres são ruins? Será
que todas são perversas? Será que todos os homens ( que usam dessas artimanhas
)são vitimas? Será que você também não é machista?
8.4.13
O que está por trás da alienação parental
A muito tempo eu não passava por aqui!!! E olha que as cobranças andam sendo enormes por postagens :). Mas, postar por postar nunca foi meu estilo e a minha falta de tempo tem sido grande. Mas na ultima semana, aquele bichinho feminista que mora em mim resolveu começar a me morder, quanto a um assunto que anda rondando tanto a minha vida pessoal quanto a moda pseudo intelectual...a tal da alienação parental...e depois de muito pensar me assustei com minhas conclusões...Afinal de contas, é sempre bom pensar e repensar qual é o verdadeiro intuito das leis... ou nos proteger ou nos acuar...ultimamente ando percebendo que o sentido é mais de acuar do que proteger.. ou melhor, acuar um grupo e proteger o outro...
É comum ver nos sites que falam de alienação parental a ideia de que a mãe é uma “ recalcada” ( olha o machismo!!!!!) que quer afastar os filhos do seu ex “ macho”...e que esse afastamento é apenas para punir o homem...afinal de contas a vida da mulher deve ser em função do homem...ou amando ou odiando...pq realmente a mulher que é mãe não tem nada mais importante para fazer...ela deve passar o dia inteiro pensando no homem ...tipo bruxa memeia... como puni-lo, como ama-lo, como destruí-lo ( fala sério ...)
Tenho pensado bastante nos últimos tempos, nessa tal lei da "Alienação
parental." Nunca tinha parado para pensar nela, tinha uma visão bem senso comum ..." uma lei para proteger os direitos dos pais"... Uma lei tão bonita, que visa teoricamente garantir os direitos dos
pais sobre a criança...porém teoricamente...
Tenho observado que a utilização
dessa lei é feita de forma machista e cruel. Considero o ultimo resquício de
machismo nas leis de família, onde o macho reprodutor não pode perder seus
direitos, ou melhor, seu poder de forma alguma. Falo do macho reprodutor, pois constantemente vemos
que quem se utiliza dessas leis é o macho. Uma lei que vilaniza a mãe, a mulher,
e coloca o pobre homem marginalizado do processo de criação dos filhos. A visão
do grande público é de "pobre homem". Mas será que ele é tão vítima assim ?
Uma lei que permite e justifica todos as falhas masculinas
no processo de criação dos filhos...onde o pai pode esquecer um filho na
escola...pois ele tem muito trabalho e a mãe não pode reclamar disso...onde o
pai pode escolher quando ficar com os filhos...e se a mãe interferir..” quem é
ela “ para colocar limites nos horários e nas atitudes do grande macho! Onde o pai abandona uma mulher
grávida e resolve participar da vida da criança na hora que lhe convém e se a
mãe não permitir...quem é ela! Ele escolhe quando e como participar e a
mulher tem a obrigação de ficar calada. Afinal de contas ,ela jamais pode interferir nesse processo...e muitas vezes ela acata a pressão, afinal qual mulher não tem pavor
de perder a guarda dos filhos?
Sempre penso no caso da menina joana ...um pai que
acusou a mãe de alienação ( tudo pq a mãe queria a vida da menina fosse organizada) e
conseguiu a guarda...será que a juíza tem peso na consciência por ter sentenciado a criança a morte? É comum ver nos sites que falam de alienação parental a ideia de que a mãe é uma “ recalcada” ( olha o machismo!!!!!) que quer afastar os filhos do seu ex “ macho”...e que esse afastamento é apenas para punir o homem...afinal de contas a vida da mulher deve ser em função do homem...ou amando ou odiando...pq realmente a mulher que é mãe não tem nada mais importante para fazer...ela deve passar o dia inteiro pensando no homem ...tipo bruxa memeia... como puni-lo, como ama-lo, como destruí-lo ( fala sério ...)
Eu sinceramente acho muito curiosa essas teses da alienação parental...Que
intuito verdadeiro tem essa lei?...pq uma mãe vitima de violência
domestica é obrigada a aturar seu algoz? Ela não pode falar mal dele, ou tentar
proteger seus filhos da má influência pq pode ser punida baseada nessa lei?
Um pai irresponsável que trata os filhos como troféu de
masculinidade, onde os expõe para o público mas que mal contribuem moral e
financeiramente , não podem ser questionados? Um pai que abandona uma mulher grávida
merece a totalidade dos direitos, mesmo ele tendo abandonado, ou seja "não quero"?
Observem que
normalmente quem acusa de alienação parental esta enquadrado nesses
estereótipos....o que mais me assusta é que mesmo depois do caso joana a justiça de família continua dando ouvidos a esses argumentos... Para
mim, mas uma lei machista, onde a mulher que ousou questionar o poder
masculino, que ousou a se libertar de um casamento violento, uma mulher que
ousou ter uma criança , não fazendo um
aborto deve aceitar calada todas as formas de intromissão, pq o pai pode
acusa-la de alienação parental...mas e se fosse o inverso? Se fosse uma mulher
violenta, uma mulher que abandonou os filhos...será que daríamos mais uma
chance a ela, ou a crucificaríamos?
Confesso, que não vou me assustar no dia que o Goleiro Bruno acusar a mãe da Eliza samúdio de
Alienação e derem a ele direito de visitação...afinal de contas ele só matou a
mãe da criança....merece uma segunda chance....mas se fosse ao contrário....
O mais triste é que nesse exato momento tem alguma mãe ou
muitas sendo ameaçadas de serem enquadradas nessa lei. Pq a verdade é que a
mulher continua não podendo questionar o todo poderoso macho. O medo ainda é a principal arma do opressor ...a ameaça silenciosa contínua, diária...tá na hora de perder o medo, pq o machismo só é vencido quando é enfrentado...quando o medo para de dar as cartas do jogo
3.12.12
Aventuras...
Hoje me deparei com uma pergunta,
daquelas que me fazem refletir. Foi uma daquelas perguntas bobas, sem muito
sentido “você tem tido aventuras”. Uma pergunta comum, visto que o ser humano tem uma necessidade incessante de se aventurar. Percebi que choquei quando demonstrei a
não necessidade de aventuras. É engraçado como o ser humano necessita da
adrenalina das paixões para se sentir vivo... Mas tenho a impressão que essa
necessidade contínua de euforia, paixão e aventuras é uma eterna fuga de si mesmo...
é claro que é importante se aventurar...Mas será que não percebemos que a maior
aventura é entender e ter o prazer da rotina? A capacidade de deslumbramento do
dia a dia, do se apaixonar continuamente pelo outro e por lugares... A
capacidade de entender que viver a rotina da vida é o grande desafio dela.
Quando dizemos que odiamos a rotina,
na verdade, temos um medo absurdo do silêncio e da tranquilidade que ela nos
trás... Porque essa tranquilidade, é uma tranquilidade aparente e superficial...
Porque com o tempo ela nos da à possibilidade de olhar o mundo de verdade, nos
obriga a conviver com o mundo e principalmente, nos obriga a conviver com nos
mesmos...sentimentos e sensações inimagináveis começam a aparecer...e consequentemente o desespero de ter de lidar com eles.
Passamos a vida buscando paixões, necessitando de êxtases constantes,
viver na embriagues dos sonhos. Porque a realidade é dolorosa. Mas a realidade
se torna dolorosa porque não encaramos nossos medos e monstros internos. Soterramos
nossos problemas, nossas vontades, nossos medos em covas rasas... E penduramos
uma mascara sorridente tão forte que dói quando precisamos tirar. E o grande
problema das covas rasas é que a qualquer momento, nossos fantasmas podem sair
e voltar a nos perturbar...
O viver a vida é conseguir viver
o cotidiano, é conseguir se deslumbrar com os dias, e conseguir verbalizar o
que pensa e principalmente conseguir ouvir o que o outro tem a dizer... Porque
infelizmente não estamos preparados para a escuta. Nos fechamos em nossas
ideias, em nossos castelos perfeitos e não permitimos que o outro entre nele;
Boa parte das relações que
conhecemos é carregada de ressentimentos e olhares para o horizonte. Aquele
olhar perdido e sem brilho. Quantas vezes ao olharmos aquele casal feliz
percebemos a frieza em olhos que já perderam a paixão há muito tempo. Quantas
vezes perseguimos o objeto amado porque no fundo não confiamos em nós mesmos...
Não acreditamos em nós... Quantas vezes cortamos pessoas de nossas relações porque
elas ousaram falar... E nos obrigaram a ouvir... Algo que do que fugimos em
nossas aventuras.
Às vezes nossas aventuras são
fugas eternas de nós mesmos, uma necessidade enlouquecedora de se
desconhecer... Porque a angustia só vai aparecer no silêncio, na tranquilidade...
É só quando paramos que o tsunami de emoções pode aflorar em nós... Mas temos
medo... Um medo constante de demonstrar o que somos, um medo constante de viver.
Nossas aventuras no fundo não
fazem a gente viver, não nos fazem vencer o medo... É uma fuga constante de
nossa existência... Passamos pela vida correndo em constante euforia, nos
agarramos a pessoas quando estamos prestes a cair no abismo... Fugimos dos
medos, do que nos afligem... Dos nossos pesadelos e sonhos... E vamos passando
uma pseudo vida.
Experimente ficar um dia inteiro, só, em
silêncio... É o suficiente para descobrirmos que não temos a menor noção do que
somos... E se não sabemos quem somo s como podemos entender o outro?
Tenho percebido que de fato o maior desafio que
existe é o de viver a rotina, de forma pura... Sem subterfúgios, sem remédios
sem paixões eufóricas. Apenas vive-la... Aceitando suas dores, seus amores, seu
tedio e suas angustias. Porque viver é isso... E tem maior aventura do que tentar viver de forma plena?
23.11.12
e preciso desconstruir
Às vezes queria
entender porque é tão difícil reproduzirmos nossas belas teorias sobre relacionamento
na vida prática. Falamos tanto de mudança de paradigmas, onde se busca numa relação
um grau de igualdade... Mas nas primeiras chances de possibilidade de um relacionamento
realmente igualitário, acabamos por reproduzir uma postura até machista ou pelo
menos um tanto antiquada. Tenho a impressão às vezes que a nossa educação
machista está tão enraizada, tão dentro de nosso subconsciente que é justamente
nestes momentos cruciais que ela aparece. E mesmo que a gente perceba tal
situação, é como se se travássemos uma guerra interna entre o certo,
efetivamente certo que nos leva a uma felicidade real, pelo certo social dentro
da mente humana. É só se apaixonar por qualquer situação que saia da dita
normalidade social... Além de guerrear contra uma sociedade que não permite
mudanças nem questionamentos, a pessoa deve travar uma guerra interna... O que
normalmente não faz... Porque dá trabalho, porque esgota... porque enlouquece.
Os conflitos interiores são muito piores dos que os externos... Acredito que muitas
vezes as pessoas não enfrentam a sociedade porque simplesmente antes tem de enfrentar
a si mesmo... Quando se está bem resolvido com tais questões... A sociedade é
mole. Mas se desafiar, quebrar estereótipos construídos desde a mais tenra infância?
Ousar a fazer um processo de desconstrução interna? Até que ponto a sanidade
humana consegue isso...
Acho que muito dos
nossos medos não são sociais, mas sim deste processo de desconstrução... É
claro que tais enraizamentos foram colocados no ser humano pela sociedade... Mas
foi um processo longo... Porque desde que o ser humano nasce o atolamos de
conceitos de como ele deve viver... Como ele deve amar. Porque o amar não implica necessariamente o
amar no sentido relação de duas pessoas... Mas o saber amar nos faz ter uma
visão ampla do mundo... E é o que leva as grandes transformações... E o que o fazer quando o amar não se encaixa
nas caixas criadas pelo sistema na nossa consciência? O que fazer quando o
sentimento não entra em tais caixas... A primeira tentativa é mudar o outro... Mudar
o outro para que ele possa entrar nas caixas... E consequentemente acabamos por
matar o amor, o deslumbramento, a admiração... Porque o que despertou o amor
foi exatamente o fato dele não poder entrar nas caixas...
O ser humano deveria constantemente
passar por uma processo de desconstrução e construção. Mas isso é doloroso, da
medo e o que vemos é que quando a vida nos coloca numa situação dessa a nossa tendência
é fugir...fugimos dos amores complicados, dos amores não controláveis, fugimos
daqueles que são impetuosos e ousam seguir seus sonhos. E nos apegamos àqueles
que vão nos dar calmaria e paz... Como se amor pudesse ser calmaria e paz... Fugimos
daqueles que não se encaixam no estereótipo de príncipe encantado ou de
princesa submissa... E mesmo nas relações homo afetivas acabamos por procurar
os mesmos estereótipos...
Acho que a sociedade
faz um trabalho constante de nos fazer acreditar que o normal não é mais
normal... Amamos as histórias de amor com mocinhas impetuosas e
questionadoras... Amamos os revolucionários que mudaram o mundo... Mas de fato
será que ficaríamos com a mocinha que vai te questionar e discutir o tempo
todo? Que vai a cada discussão de ideia te provocar a ponto de não existir hierarquia. Ou preferimos no intimo aquela que não vai
jamais demonstrar mais conhecimento ou bater de frente... Amamos os homens
corajosos e revolucionários... Mas de fato será que aceitaríamos viver na inconstância
de alguém que prefere mudar o mundo a ter a estabilidade do dinheiro no banco
no início do mês...
Será que amamos mesmo, ou
apenas criamos a ilusão do amor já que em nossa sociedade você só é feliz se
ama e possui o objeto amado... Porque até nossa noção de amor passa muito longe
da liberdade dos livros... É mais um processo de escravidão e dominação do
objeto amado... E amor é angustia e liberdade
10.11.12
...
Pq por hoje é só ..em um mundo de tanta repressão ao pensamento feminino. Quando a mulher deve aceitar os maiortes surtos masculinos em nome do bem estar, pq a mulher deve abaixar a cabeça em detrimento da felicidade de todos..mesmo ela sendo a vítima...onde, uma mulher deve rir para seus algozes é necessário repensar..repensar até que ponto nossa responsabilidade por tanto machismo e violência...experiemente questionar...experimente pensar....experimente não aceitar a opressão masculina...experimente...
Vivemos em uma sociedade onde a vítima de estupro recebe parcialmente a responsabilidade da violência...
vivemos em uma sociedade onde foi necessário criar uma lei como a da " maria da penha" para tentar... controlar a violência doméstica que cresce em proporções alarmente.
Vivemos em um país onde juizes dão guarda ao pai pq ele era parente de um procurador...ou pq qualquer mulher que questiona o homem se torna imediatamente " louca"...
Vivemos em um país onde a taxa de morte por abortos mal feitos é enorme...abortos esses muitas vezes forçado por um homem ...
Vivemos em uma sociedade onde a vítima de estupro recebe parcialmente a responsabilidade da violência...
vivemos em uma sociedade onde foi necessário criar uma lei como a da " maria da penha" para tentar... controlar a violência doméstica que cresce em proporções alarmente.
Vivemos em um país onde juizes dão guarda ao pai pq ele era parente de um procurador...ou pq qualquer mulher que questiona o homem se torna imediatamente " louca"...
Vivemos em um país onde a taxa de morte por abortos mal feitos é enorme...abortos esses muitas vezes forçado por um homem ...
vivemos numa estrutura machista alimentada por nós. Alimentada quando
passamos a mão na cabeça do amigo, filho ou irmão quando eles cometem
algum ato errado com um a mulher...quando educamos filhos com ar de
superioridade sexista...quando mandamos a menina se vestir "
decentemente " para não ocorrer algum abuso...Quando achamos que a
capacidade laborativa feminina é diferente. Quando dizemos para uma
mulher que calar sobre a violência é melhor. Sustentamos e alimentamos
diariamente a estrutura machistas e temos a " honra" de ser um dos
maiores índices de assassinato de mulheres do mundo... quando entendemos
o " amigo" quando " compriendemos" que ele estava nervoso, que ele
está confuso..que não era o momento ...condenamos mais uma mulher a
morte.
E nesse momento, ser feminista não é se tornar parceira, cumplice e apoiadora de algozes...o nome disso é xexismo, ou machismo feminino. Ser feminista de verdade é ter a capacidade de enxergar a opressão e por mais amor e devoção que vc tenha pela pessoa, é necessário questiona-la...pq ser feminista é buscar a constante igualdade humana e entender que a luta é apenas para que as pessoas entendam que a mulher é um ser humano com direito a dizer não. discordar e principalmente respirar..
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