Confesso que ando meio
desgostosa de algumas lutas. Vivemos na época da ilusão. Não lemos
mas citamos, desconhecemos mas dizemos que lutamos...não lemos um
livro, não lemos o que compartilhamos na internet...mas, aos mesmo
tempo nos consideramos engajados..pq o importante nos tempos de hoje
é aparentar engajamento ...mas será que somos mesmo?? será que se
fossemos de fato engajados estaríamos com tantos problemas na parte
do respeito humano??
Agora a moda do
engajamento virtual é a tal “ marcha das vadias”. Ideia brilhante, que esta se perdendo na ilusão do engajamento que nada tem haver
com a nossa vivência...já escrevi aqui um post sobre o que é ser
feminista, mas hoje fui além...hoje recorri a Simone...recorri à textos de uma obra absurdamente atual que é o segundo sexo...para
ser mais especifica “ a experiencia vivida” e me dei conta, que a
mulher ou o homem que se dizem feminista mas, que desconhecem o básico da teoria não o são...pois para apoiar uma causa, é necessário não só
ser a favor dela...mas também, vivenciá-la em sua pratica diária.
O que adianta, reclamar
da forma como a mulher é tratada e ao mesmo tempo, rotular
mulheres de piriguete porque elas agem e se vestem de forma
diferente? Como querer a independência feminina e não possui sua
independência em casa? Como cobrar respeito do homem se perdoa
constantes traições?? como um homem que humilha e usa a mulher como
um objeto pode ser ao mesmo tempo um idealista do feminismo?? Isso
existe, porque simplesmente estamos na era da total
aparência..estamos aprisionados na caverna platônica...fingindo que
temos liberdade e isolando e rotulando aqueles que veêm o obvio como
ressentidos, loucos e afins...
O obvio não é tão
obvio..e aqueles que descobrem o obvio são carregados para um mundo
de angústias e tristeza por perceber tamanho massacre...e de
qualquer forma aqueles que necessitam continuar na ilusão vão
isolar aqueles que descobrem o real...
O sistema agradece
nossa aparência do engajamento ...pq assim ele poderá continuar
nossa dominação da liberdade mais importante...a intrínseca..
“Que d e s g r aça ser mu l h e r! E n t r eta n t o, a pior d e s g r aça quando se
é
mulher é, no fundo, n
ão compreender que sê-lo é u ma desgraça. . ."
KlERKEGAARD
link:
Às vezes eu me pergunto se foi bom pra mim ter descoberto o óbvio... porque o mundo de angústias e tristezas tá bem aqui, e é tão difícil...
ResponderExcluirUm colega meu falou uma vez: "Quanto mais sabemos, mais é difícil ser simples." E eu acrescento: Difícil ser simples e ter momentos felizes...
Ótimo post (apesar do exemplo da Simone, que no fundo era uma mulher extremamente dependente...)
depende da visão sobre simone...filosoficamente e socialmente ela era livre...tem uma bibliografia dela a tete a tete que é brilhante...além disso..a obra em si é um tratado sobre a liberdade feminina...vale a pena ler
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