3.11.09

Apenas uma pausa

Eu estava pensando no que escrever hoje no blog, quando me  deparei com a notícia da morte de Levy Strauss... e fiquei pensando, não temos mais Sartre, Simone, Adorno,Camus e tantos outros...não temos mais aqueles que questionam a superficialidade da vida.  Aqueles que questionam o destino do  mundo,  o belo ou simplesmente o que será de uma sociedade impregnada por tanta artificialidade.
Quando questionamos  os homens, as relações amorosas, no fundo estamos questionando essa vida superficial onde o consumismo  chegou a nível máximo, que é o consumo de seres humanos.Onde a falta de liberdade chegou ao ápice, não permitindo mais que pessoas que pensam diferente sejam aceitas.
Vivemos em um mundo tão padronizado, que aqueles que possuem um pensar diferente são excluídos socialmente. Quando falamos das questões referentes as mulheres independentes principalmente intelectualmente,  não é uma forma de agressão aos homens, mas sim, uma forma de dizer que essa independência é crucial para o pensamento humano. E a muito tempo,  não se vê tamanha castração a liberdade do outro. Não sei se hoje em dia   Hannah Arendt , simone de Beauvoir ou Rosa luxemburgo conseguiriam o nível de reconhecimento que tiveram em sua época. Não por falta de talento, pois suas questões ou melhor,  suas críticas foram  mais que necessárias para a construção de uma sociedade e de um ser humano. Mas tenho dúvidas, se com o nível de padronização do pensamento humano e superficialidade ( não se permite conhecer o outro mais por puro medo, inclusive medo de viver) alguém daria o mesmo valor ao pensamento destas mulheres, ou as taxaria simplesmente como independentes, emocionais, "perdidas" ( ouvi isso essa semana) . 
 Quando alguém desse naipe humano morre, percebemos que os questionamentos não se resumem a homem e mulher mas com o humano, com uma sociedade que está cada dia mais parecida com a Metrópolis de Fritz Lang ( 1927). O ser humano vive com tanto medo que não se permite conhecer o outro, só que sua identidade como ser humano, está exatamente nesta relação com o outro. 

5 comentários:

  1. Bia... Sublime! Às vezes me perco em meus questionamentos e tento encontrar sentido nos pensamentos que me vêm e nos nomes que insisto em tornar contemporâneos nossos, colegas com os mesmos anseios ancestrais. Por vezes não consigo fazer a ligação - ainda que jamais tenha deixado de acreditar na possibilidade. De tempos em tempos surge uma luz vinda de alguém que escreve e me traz de volta a ponte que tenho em mente, mas falta ser materializada. Pena ter de esperar pela morte de nossos "colegas" para perceber isto. Obrigado por ter escrito, ainda que uma triste verdade.

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  2. excelente texto que deve se compartilhado com mais homens e mulheres,pois vivemos tempos da total ausencia de pensamento critico e personalidades originais.parabéns...!!!

    RODRIGO NASCIMENTO POLYCARPO

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  3. Uma pena...
    Penso nesse momento...QUEM SUBSTITUIRÁ ESSES GRANDES MESTRES?
    Uma pena mas fica o legado.

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  4. bate uma tristeza ao ver que essas pessoas estão indo embora e não tem ninguém pra ficar no lugar delas

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  5. Fiquei me perguntando sobre isso durante esses últimos meses. As pessoas estão muito superficiais mesmos. Realmente temmuitomedoaí, mas acho que éuma coisa da época em que vivemos, queremos sóoespetáculo, sóobelo, mas a vida é feita tb de coisas tristes, feias, difíceis e pra mim o mais belo é saber passar por essas situaçãoes sem modificar sue carater, passar por essas situações com alguma grandeza de espieiro, compartilhando a vida com as outras pessoas.Mas ..... é isso

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